No primeiro painel do Fórum Mundial da Bicicleta, urbanistas e acadêmicos foram unânimes em apontar a falta de planejamento do poder público como o maior impedimento para a disseminação da bicicleta como meio de transporte. “No Brasil o planejamento funciona mais pra combater o incêndio que para evitá-lo; as medidas são, geralmente, tardias”, disse o professor do Laboratório de transportes da UFRGS, João Fortini Albano.
Além de Albano, participaram do Painel o urbanista Ricardo Corrêa, da TC Urbes consultoria em urbanismo; o presidente da Green Mobility, Lincoln Paiva e a diretora da Embarq Brasil, Daniela Facchini,
Para Albano planejamento resulta em integração dos modais e ciclovias em rede. “Uma ciclovia isolada não muda a cultura da mobilidade de uma cidade”, disse. Como instrumento para um planejamento bem feito ele ressaltou a importância da legislação que regula a mobilidade no país.
A revisão da Lei Orgânica de Curitiba, relatada pelo vereador Paulo Salamuni e aprovada no final do ano passado, traz conceitos modernos nos artigos relativos à mobilidade, que dão prioridade ao transporte coletivo e ao transporte não motorizado.
Outro ponto pacífico entre os palestrantes é que no Brasil a bicicleta não funciona como símbolo de modernidade, de cidades dinâmicas que conseguiram se adaptar às necessidades. No país, a bicicleta ainda é vista como um estereótipo de pobreza, o que dificulta sua aceitação. “O ciclista tem que se sentir orgulhoso por estar consciente de nosso impacto no ambiente. Temos que fazer campanhas de valorização da opção pela bicicleta”, disse o presidente da Green Mobility, Lincoln Paiva.
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