Um dos argumentos mais usados na defesa da bicicleta como modal de transporte é o fato de ela dispensar qualquer tipo de combustível. Como dizem os cicloativistas, é um veículo movido a arroz e feijão.  Essa peculiaridade da bicicleta não dispensa, entretanto, que a geração de energia para outros setores indispensáveis seja debatida por ciclistas. No Fórum Mundial da Bicicleta, a matriz energética que vem sendo debatida é a solar.

Na palestra do engenheiro eletrônico Luís Maccarini foram apresentados alguns dados sobre a energia solar que deixaram a plateia perplexa e, ao mesmo tempo, entusiasmada. A perplexidade se deu, sobretudo, pelo pouco uso que se faz desta matriz energética no país; já o entusiasmo veio das possibilidades de uso desta fonte apresentadas por Maccarini.

De acordo com uma pesquisa do Instituto Ideal, da Universidade Federal de Santa Catarina, num comparativo com a energia gerada por Itaipu, responsável por 25% da energia elétrica gerada no país, instalando-se dispositivos de captação de energia solar numa área equivalente ao lago da hidrelétrica, mais da metade da demanda energética do país seria suprida. Ou seja, o dobro da capacidade de Itaipu.

Maccarini apresentou também uma bicicleta movida por energia solar, capturada por painéis instalados na traseira do veículo, que foi desenvolvido por alunos da Escola Liberato, no Rio Grande do Sul. A eficiência de captação de radiação solar dos painéis permite que eles tenham um tamanho compatível com o da bicicleta. Assim, o ciclista tem uma propulsão adicional, gerada por energia limpa, que pode auxiliá-lo nos deslocamentos.