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Campanha permanente contra os agrotóxicos é lançada durante audiência pública
Um cenário alarmante que registra 70 mil mortes no Brasil em consequência de intoxicações por agrotóxicos, bem como provoca inúmeros e graves problemas de saúde foi mostrado no evento.
Fonte Paulo Salamuni - 25/10/2011 - 14h47min Imprimir
Campanha permanente contra os agrotóxicos é lançada durante audiência pública

Um cenário alarmante que registra 70 mil mortes no Brasil em consequência de intoxicações por agrotóxicos, bem como provoca inúmeros e graves problemas de saúde, foi mostrado nesta segunda-feira (24), durante uma audiência pública que aconteceu na Assembleia Legislativa para discutir a comercialização e o uso de defensivos agrícolas. Durante o evento foi lançada a “Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida”, e também o comitê paranaense contra agrotóxicos.

De acordo com a médica Rosa Maria Wolff, da Secretaria Municipal de Saúde de Santa Maria (RS), os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2006 são “muito preocupantes”. "70 mil pessoas morrem no Brasil por intoxicação por agrotóxicos todo ano. No mundo, são três milhões”, revelou. “Podemos chamar isso de defensivos agrícolas? Não! Devemos chamar do que eles realmente são: venenos desenvolvidos para matar. O homem esquece que também pode ser vítima desses venenos", ressaltou.

Segundo ela, as substâncias químicas presentes nos agrotóxicos provocam desde rinites e distúrbios de comportamento, até alterações neurológicas (dificuldade de aprendizagem, retardo mental) e mutações genéticas que podem provocar cânceres e anencefalias (bebês sem cérebro), entre outras. A médica citou como exemplo uma pesquisa realizada no município gaúcho que revelou que 30% das crianças, alunos de escolas rurais, apresentam dificuldades de aprendizagem. “Nos últimos 40 anos todas essas enfermidades registraram uma curva ascendente. É esse o tempo em que começamos a aplicar agrotóxicos em nossas lavouras”, recordou.

Para o vereador Paulo Salamuni, que acompanhou a audiência, a luta contra os agrotóxicos é mais uma das frentes de luta do movimento ambientalista e da sociedade. “É o modelo de produção do agronegócio que gera conseqüências danosas à sociedade. Seja no uso exagerado de agrotóxicos, seja na tentativa de flexibilização das leis ambientais, as tentativas de tornar viável um modelo insustentável oferecem grande risco à sociedade”, disse o vereador, lembrando também do Projeto de Lei que visa à alteração do Código Florestal Brasileiro.
 
O mesmo alerta em relação aos efeitos dos defensivos foi feito pelo procurador de Justiça Saint-Clair Honorato dos Santos, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente: “O que causa perplexidade é que temos os registros das ocorrências e sabemos ainda que há subnotificações. Mesmo assim, a sociedade não consegue se mobilizar para tomar uma atitude”. O procurador destacou que há necessidade de implantar um monitoramento permanente em relação às condições das águas e dos alimentos. “Hoje não sabemos as condições reais da contaminação dos alimentos e nem das águas”, declarou.

Outro questionamento levantado por Saint-Clair Honorato Santos foi em relação aos efeitos das pulverizações aéreas. “Essa é uma prática que precisa ser avaliada e combatida”, alertou. Na analise do advogado Darci Frigo, da ONG Terra de Direitos, “é fundamental abrir o diálogo para que as organizações possam combater os efeitos nefastos dos agrotóxicos”. Para ele, também é fundamental que a população seja conscientizada em relação aos interesses das multinacionais. “As soluções apresentadas sempre privilegiam o capital e não a saúde da população”, observou.
 
Foto: Nani Gois
Com informações da Assessoria de Imprensa da ALEP
 

 
     


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